segunda-feira, janeiro 14, 2008

Delfim, o professor

Conhecedor dos perigos que representa o apartheid para a unidade de um país, Delfim Neto fez defesa empolgada dos programas sociais de Lula, durante entrevista ao Canal Livre, na Bandeirantes, ontem à noite.

- O Lula está salvando o capitalismo ao buscar manter um equilíbrio social com a sua política assistencialista. Ele conseguiu evitar a explosão da panela de pressão, ampliando o poder aquisitivo da população e reduzindo os bolsões de pobreza.

Fernando Mitre, diretor de Jornalismo da Band, retrucou, repetindo a tese de que não basta dar o peixe. “É preciso ensinar a pescar”.
Não está na hora do governo criar mecanismos de migração de uma fase a outra?

- Ô, Mitre, não existe isso. Tem que continuar assim mesmo. Quem vai fazer isso é o crescimento, é o desenvolvimento do país, ofertando emprego. Dentro de quatro anos esse processo se consolida.

Ex-ministro da Fazenda em dois governos dos militares, Delfim Neto foi o responsável pela “fase chinesa” do Brasil, ao criar condições para o crescimento médio de 10%, durante uma década.

Contra o famoso economista, há um exército de críticos. Mas depois dele, o país nunca mais experimentou nenhum boom econômico.

3 comentários:

Anônimo disse...

Sempre defendi que a ditadura foi a melhor epoca do Brasil nos ultimos 40 anos. Só os vagabundos eram torturados e presos. Apesar de não termos aliberdade de imprensa, foi lá na quela epoca que foi construido Tucurui, Itaipu e a conlusão das usinas de Paulo Afonso. De lá para cá não foi construido mais nenhuma grande hidrelétrica e já estamos correndo o risco de novo apagão em 2008. O governo atual diz que a ditadura foi a fase negra do Brasil e hoje ainda depende da energia dessas usinas. Dinheiro para novas usinas não tem, só dá para pagar mensalão e a gastança dos políticos.

Não será com compra de votos (bolsa familia) que o Brasil voltará a crescer.

Hiroshi Bogéa disse...

"Só os vagabundos eram torturados e presos".
Parceiro, você é de uma falta de humor sem precedente, hein?!

Anônimo disse...

Hiroshy

Esse Delfim é um cretino. O milagre econômico só existiu por causa do arrocho salarial imposto pela ditadura, que não permitia a organização dos trabalhadores para lutar por melhores condições de trabalho. Da mesma forma, o "boom" da China só é possível graças à super-exploração da mão-de-obra, ao trabalho semi-escravo de um regime que nada tem de socialista. O elogio dele aos programas sociais do Lula só reforçam minha desconfiança em relação a esse remédio que combate a febre, mas não a infecção.
Foi a combinação de um regime ditatorial com crédito farto no mercado internacional (Os EUA tinham muito dinheiro pra gastar após a segunda grande Guerra), que endividou o nosso País, que possibilitou esse "crescimento". Um dinheiro que entrava sem controle, até por conta da ditadura. Quando o sistema financeiro não tinha mais como emprestar dinheiro ao endividado Brasil para ser gasto e roubado pelos Malufs da vida; quando a organização dos trabalhadores avançou, a ditadura ruiu.
Ao contrário do que pensa o anônimo, foi durante a ditadura que se formaram, com dinheiro público, as grandes fortunas desse País: Maluf, Sarney, Antonio Carlos Magalhães, Roberto Marinho, Antonio Ermírio de Moraes e tantos outros sangue-sugas do BNDES e outras instituições públicas.
O combate à corrupção só pode ser feito com uma imprensa livre, com um Ministério Público forte, com uma sociedade organizada e crítica. Jamais com uma ditadura, onde esses instrumentos são inexistentes. Ela só reforça a posição dos que querem roubar sem prestar conta de suas atividades criminosas à sociedade.
A democracia tem falhas? Certamente. Os políticos demagogos se aproveitam dela para galgar postos no aparelho de Estado e fazer fortunas? Certamente. Mas é a democracia o antídoto para seus crimes. A conscientização da sociedade. Punindo na urnas os maus políticos, acionando-os nos tribunais, construindo novos mecanismos de controle do poder.
É duro ver um filho da pátria ser assassinado por ter opiniões divergentes do governo estabelecido. E muitos o foram. Não eram vagabundos. Talvez equivocados na sua forma de ver a evolução do mundo. Mas jovens que deram suas vidas para que todos nós pudéssemos respirar os maravilhosos ares da liberdade. Inclusive para dizer asneiras.

Forte abraço

João Salame